segunda-feira, 12 de maio de 2008

Por dentro do Grande Circular

Se você é daqueles (as) que sempre andam no Grande Circular, veio ao texto certo. E para aqueles que têm o privilégio de usar um veículo particular como meio de locomoção veja a realidade diária de um, dos milhares de usuários do famoso Grande Circular.

Para quem ainda não conhece esse fenomenal meio de transporte do Distrito Federal, façamos as devidas apresentações. Ele, O Grande Circular, percorre as duas principais vias do centro de Brasília: W3 sul/norte e L2 sul/norte e é responsável pelo leva-e-traz de muitos passageiros que dependem de ônibus para ir ao trabalho, à faculdade ou mesmo ao passeio no Plano Piloto. Quem nunca entrou em um deles lotado? Quem nunca se irritou com o troco de moedas? Quem nunca reclamou das inúmeras paradas que ele faz em suas quase uma hora e meia de viagem? Aliás, raras são as vezes que ele passa por uma parada sem descer ou subir um passageiro.
A vida é assim, cheia de paradas e algumas bem demoradas, como a da estação de metrô Asa Sul. Ali, vão-se em média 10 a 15 minutos de espera. Um belo dia, após um dia inteiro de trabalho, embarco num bendito Grande Circular, chegando à parada da estação de metrô o motorista pára, desce do ônibus, toma um cafezinho, entra lá numa salinha, retorna passados uns sete minutos, se volta aos passageiros, que pacientemente aguardam, e diz: "Pessoal, se vocês quiserem, podem passar para aquele outro ônibus ali que está saindo daqui a pouco." Por um breve momento ele deve ter pensado que todos estávamos amando ficar ali sentados, esperando sem fazer nada.

Mas o mundo dá voltas, a mais legal de todas elas é a voltinha pela Câmara Legislativa do DF, no final da Asa Norte. O Grande Circular passeia suavemente ao redor do quarteirão e traz uma sensação que estamos voltando, ao invés de prosseguirmos nossa viagem.
Paciência é uma virtude que sempre tenho. Às vezes sinto que ainda me falta mais algumas doses. É o caso de quando estou na parada esperando o.... Adivinha quem? Justamente! O Grande Circular. Aguardo 10, 15, 20 minutos e nada do ônibus chegar, aí então vejo um sinal: Lá está. Ele se aproxima, parada lotada, 3 ou 4 ônibus parados para subir ou descer outros passageiros, dou o sinal, saio correndo e... Ops! Passou direto! O motorista nem deu bola.

Por falar em correr, uma salva de palmas seja dada a todos os atletas, ou melhor, passageiros do Distrito Federal. Para se pegar um ônibus aqui no DF a pessoa tem que fazer um belo exercício físico. Correr, desviar, dar o sinal e ainda suportar toda ou parte da viagem de pé. Sem contar com a precariedade de parte da frota que, volta e meia, não funciona o aviso de parada solicitada, a porta não fecha por completo, os vidros que, no tempo de chuva, não vedam a água etc.

Mas como é sabido que tudo na vida é passageiro, até nossos momentos de passageiro uma hora acaba, sejamos realistas, o Grande Circular não é só digno de críticas. Também merece seu reconhecimento em razão de seus serviços prestados aos cidadãos brasilienses e visitantes. Afinal, 90% dos usuários de transporte coletivo no Plano Piloto já usufruíram de seus cômodos serviços. O Grande Circular é o que podemos chamar de um mal necessário.









(fotos: site da viação rápido brasília)

Um comentário:

Anônimo disse...

eu já andei de grande circular e quase sempre o baú está lotado... E quando ele pára na estação do metrô demora muuuuito...